A adolescência é um período muito especial no desenvolvimento humano, caracterizada por transformações anatômicas, fisiológicas e psicossociais. É uma etapa em que o indivíduo busca a identidade adulta apoiando-se nas primeiras relações afetivas desenvolvidas no convívio com seus familiares. A sexualidade é algo que se aprende sendo parte integrante do desenvolvimento da personalidade, capaz de interferir no processo de aprendizagem, na saúde mental e física do adolescente.
A Organização Mundial da Saúde define sexualidade como “energia que nos motiva a encontrar o amor, contato, intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como estas se tocam e são tocadas.”
A sexualidade é apresentada também como uma fonte de prazer e bem-estar, já que sua vivência produz possibilidade de expressão, sociabilidade, constituição de laços afetivos e familiares. Está presente na construção de um projeto de vida pessoal e coletivo.
O desenvolvimento da afetividade e da sexualidade estão intimamente relacionados, ambos são constituídos por fatores socioculturais que contribuem para a construção da identidade e da singularidade de cada pessoa a partir de suas vivências, de suas percepções e do reconhecimento do próprio corpo. Estas vivências fazem parte da vida do ser humano desde o nascimento e se perpetua por toda a vida. Trabalhar o tema sexualidade e afetividade na adolescência implica não só no controle da sexualidade, mas também, na tentativa de homogeneizar essa temática e promover a discussão e reflexão da sexualidade como admissão fundamental na vida de todos nós.
É importante estabelecer a diferença entre sexualidade e sexo. A sexualidade é uma dimensão mais ampla da experiência, é a forma como vamos ao encontro do outro, como nos relacionamos, como manifestamos nossos desejos e prazeres, forma de viver o masculino e o feminino. Já o sexo é considerado aspecto biológico, fisiológico e anatômico da sexualidade, ou seja, sexo se refere à genitália masculina e feminina, é aquilo que fisiologicamente, anatomicamente diferencia o masculino e o feminino.
A sociedade constrói muitos tabus, crenças, preconceitos e representações sobre a sexualidade, porém, é importante aceitar a própria sexualidade e dos demais, acreditar e pôr em prática sentimentos e atitudes de igualdade entre os sexos, respeitar as diferenças individuais e socioculturais, buscar superar os preconceitos e tabus sexuais.
Por Tânia Freitas, professora de Biologia do Colégio Integral, Bióloga, Especialista em Hebiatria e Mestre em Genética.
Referências bibliográficas:
Brêta JRS. Compreendendo o interesse do sexo masculino e feminino sobre o corpo e sexualidade.
Aberastury A, Knabel M. Adolescência normal
BLOS P. Adolescência: Uma interpretação psicanalítica